Como a interoperabilidade de dados está transformando a área da saúde

Como a interoperabilidade de dados está transformando a área da saúde

Investir em transformação digital é muito mais eficiente quando as tecnologias são usadas de maneira integrada. Lidar com isso é parte da rotina de qualquer pessoa que atua na TI, sobretudo na posição de CTO. Por isso, não é surpresa que áreas como a da saúde estejam dando mais atenção para a interoperabilidade de dados.

Ainda assim, é natural ter algumas dúvidas sobre o assunto. Afinal, você entende o conceito e como ele se aplica à área da saúde? Pois é justamente isso que abordaremos neste conteúdo especial sobre o tema.

Mostraremos a seguir o que exatamente significa essa interoperabilidade, quais os benefícios para a área da saúde e que tecnologias ajudam a promover essa mudança. Confira!

Interoperabilidade de dados: o que é?

O conceito de interoperabilidade de dados se refere a capacidade de diferentes soluções digitais compartilharem informações e interagirem entre si de maneira eficiente. Na área da saúde, isso significa que dados médicos podem ser facilmente trocados entre diferentes sistemas, fornecedores de serviços e pacientes.

Por trás dessa ideia, é claro, há um conjunto de tecnologias que possibilitam a comunicação entre diferentes plataformas, conforme detalharemos mais à frente. Afinal, cada sistema tem uma lógica de funcionamento própria – e é bem comum que eles adotem até mesmo linguagens de programação diferentes, como acontece em qualquer área.

Essa interoperabilidade pode melhorar a eficiência, a segurança e a qualidade do atendimento às pessoas. Imagine que um paciente é internado em um hospital e posteriormente precisa de cuidados em casa, por exemplo.

Com a interoperabilidade de dados, suas informações médicas podem ser compartilhadas entre as plataformas digitais do hospital e da equipe de atendimento domiciliar.

Isso permite que os profissionais tenham acesso ao histórico médico completo do paciente, incluindo diagnósticos, tratamentos e prescrições. Vejamos, então, outros benefícios que esse conceito traz para a área da saúde.

Como a interoperabilidade de dados pode trazer benefícios para a área da saúde?

O impacto desse tipo de integração tecnológica é amplo. Veja os principais destaques para a área da saúde.

Melhora na qualidade do atendimento

Com acesso a informações médicas precisas e completas, os profissionais de saúde podem tomar decisões mais informadas e personalizadas para cada paciente. Na prática, é uma melhoria significativa para as equipes e para as próprias pessoas atendidas.

Redução de erros médicos e falhas de comunicação

A interoperabilidade pode reduzir erros médicos e falhas de comunicação. Com informações médicas precisas e atualizadas compartilhadas entre os sistemas de saúde, é possível evitar problemas decorrentes de diagnósticos incorretos ou tratamentos inadequados.

Mais engajamento do paciente

Com acesso aos próprios registros médicos e informações de saúde, os pacientes podem se tornar mais ativos e envolvidos no processo de cuidados. Na prática, isso pode melhorar os próprios resultados do tratamento.

Decisões mais ágeis

A capacidade de compartilhar informações médicas de forma rápida e fácil permite que os profissionais de saúde tomem decisões mais informadas em tempo hábil. Esse pode ser um fator crítico em situações de emergência.

Facilidade na integração de sistemas

Por fim, a possibilidade de compartilhar informações de forma eficiente entre diferentes sistemas e tecnologias nos permite criar um ecossistema de saúde mais integrado e harmonioso. Isso pode gerar não só um desempenho melhor das equipes, mas uma redução de custos valiosa.

Interoperabilidade de dados na saúde: conheça as tecnologias envolvidas

Diferentes tecnologias são necessárias para promover essa integração. Entre as essenciais, vale o destaque para a HL7 (Health Level Seven) e o FHIR (Fast Healthcare Interoperability Resources). Esses padrões foram desenvolvidos para permitir que sistemas diferentes se comuniquem entre si de forma uniforme e eficiente.

A HL7 é um padrão para a troca de informações clínicas e administrativas em saúde. Isso envolve a comunicação de informações de pacientes, diagnósticos, prescrições e resultados de testes.

Trata-se de um padrão amplamente utilizado em todo o mundo. Não à toa, essa é considerada como uma das principais tecnologias de interoperabilidade de dados na saúde.

Já o FHIR é um padrão mais recente e baseado em tecnologias web modernas. Ele é projetado para ser mais simples e fácil de implementar do que os padrões anteriores da HL7, permitindo uma adoção mais ampla e rápida.

O FHIR utiliza um formato de dados padronizado e inclui recursos para compartilhar informações como registros médicos, imagens e dados de dispositivos de monitoramento de saúde.

Existem também outras ferramentas e sistemas que podem ser úteis. Um exemplo é o Epic Systems, um sistema de registro eletrônico de saúde amplamente utilizado em hospitais e clínicas nos Estados Unidos.

Outro exemplo é o OpenMRS (Open Medical Record System), um sistema de registro eletrônico de código aberto desenvolvido para países em desenvolvimento. O OpenMRS permite que profissionais de saúde coletem e compartilhem informações médicas de pacientes em áreas com recursos limitados.

Os desafios e as preocupações na área da saúde

A interoperabilidade de dados na área da saúde apresenta inúmeros benefícios, mas sua implementação pode ser um desafio. A falta de padronização dos sistemas, por exemplo, é uma das principais barreiras para a comunicação entre diferentes plataformas.

Há também preocupações com a privacidade e segurança dos dados do paciente, o que pode levar a violações de privacidade. Somado a isso, é fundamental investir no treinamento e atualização constante dos profissionais de saúde para lidar com a interoperabilidade de dados.

É necessário que as equipes estejam familiarizadas com as tecnologias e padrões utilizados para a troca de informações médicas. Além disso, devem ter habilidades para interpretar e usar essas informações de forma eficaz.

Diferenças culturais e organizacionais em diferentes sistemas de saúde também podem afetar a interoperabilidade. Nesse sentido, é essencial que haja cooperação e entendimento entre as partes envolvidas para garantir que os dados sejam compartilhados de forma adequada e útil para todos os envolvidos no cuidado do paciente.

Em resumo, a interoperabilidade de dados está transformando a área da saúde ao permitir que diferentes sistemas compartilhem informações de maneira eficiente e segura. Como você pôde ver, isso pode melhorar a qualidade do atendimento ao paciente, reduzir erros médicos e aumentar a eficiência do sistema de saúde como um todo – então, vale a pena adotar essa prática!

Se quer entender melhor como fazer uma boa gestão de dados, aproveite para conferir nosso artigo sobre governança!