O trabalho remoto e híbrido representa um desafio extra para a cibersegurança de qualquer empresa. Segundo um levantamento da HP, por exemplo, 54% dos CISOs entrevistados reportaram tentativas de invasão da rede por meio de dispositivos infectados. Naturalmente, a segurança no trabalho remoto ganha prioridade nesse cenário.
O fato é que esses números cresceram acentuadamente justamente nos últimos anos, em um momento de expansão do home office como parte da cultura organizacional. Assim, o papel do CISO é ainda mais fundamental para estabelecer medidas de prevenção e resposta rápida às ameaças.
Mas, afinal, como garantir a segurança da informação no trabalho remoto? É justamente o que mostraremos neste post especial sobre o tema. Confira!
As principais vulnerabilidades que afetam a segurança no trabalho remoto
O primeiro passo para aumentar o nível de proteção da infraestrutura de TI é identificar os principais riscos. A partir daí, o CISO pode estabelecer uma estratégia para prevenir falhas e combater as ameaças. Então, a seguir, preparamos uma lista com as principais vulnerabilidades que merecem atenção imediata da sua empresa.
Shadow IT
O conceito de shadow IT se refere ao uso de dispositivos e softwares que não passam por um monitoramento ativo da empresa. Nesse sentido, é possível que os colaboradores troquem informações sensíveis por canais que não estão de fato protegidos. Naturalmente, o trabalho remoto aumenta o risco desse tipo de prática.
Seja por uma mensagem de WhatsApp, seja pelo compartilhamento indevido de senhas, é possível que a empresa esteja em risco. Portanto, é fundamental atuar para garantir que todas as equipes tenham um escopo bem definido de tudo que deve ser feito dentro do ambiente digital seguro da organização.
BYOD
A prática do Bring Your Own Device (BYOD) é muito útil para agilizar o trabalho das equipes e facilitar a vida dos próprios colaboradores. Contudo, ela também traz riscos. Afinal, trata-se de um dispositivo que une o ambiente profissional da empresa ao uso pessoal das pessoas.
Lembre-se que a engenharia social é um dos principais métodos dos cibercriminosos para identificar brechas em redes. Portanto, se o usuário não tem hábitos seguros no uso do próprio dispositivo, ele pode criar riscos também para a empresa.
Infraestrutura defasada
A falta de investimento na atualização da infraestrutura de TI também coloca em risco a segurança no trabalho remoto. É preciso estar atento às demandas específicas do negócio e avaliar se os dispositivos e softwares usados no home office oferecem a devida proteção à rede da empresa.
Uso de redes vulneráveis
Não basta proteger apenas dispositivos: as redes que o usuário tem acesso em casa também precisam de um nível adequado de segurança. Se o trabalho remoto tem seus benefícios, ele também traz riscos como o uso de redes não monitoradas e que podem ser uma porta de acesso para o vazamento de dados.
Fique atento, por exemplo, ao uso de redes públicas para conexão remota aos sistemas da empresa. Vale a pena conscientizar os usuários, pois aquela reunião feita a partir de um restaurante ou café desconhecido pode trazer riscos inesperados.
Tendo isso em mente, vamos falar agora sobre os caminhos para lidar com esse tipo de ameaça.
A importância da criação de políticas de segurança no trabalho remoto
Uma boa política de segurança da informação deve prever os riscos e o contexto específico do trabalho remoto. Não basta apenas adotar práticas independentes para lidar com problemas distintos — esse documento deve conter um conjunto de ações que funcionam de maneira integrada na proteção dos dados.
Mas, afinal, como fazer isso? Para começar, é fundamental estabelecer requisitos mínimos de segurança. Do uso de dispositivos pessoais até soluções digitais específicas, todos os aspectos do uso da infraestrutura de TI devem ser cobertos por essa diretriz.
Para ir além, estabeleça sistemas de monitoramento que alcancem equipes em trabalho remoto. Lembre-se que isso vai além dos notebooks e demais computadores: é importante garantir a segurança e a vigilância do uso corporativo de dispositivos móveis também.
Outro ponto que merece atenção é a segurança do controle de acesso. Tanto o e-mail corporativo quanto outros sistemas devem contar com autenticação em dois níveis fatores, por exemplo. São práticas que fazem toda a diferença no dia a dia de quem trabalha dentro e fora da empresa.
A segurança no trabalho remoto em 4 passos
A política de segurança da informação pode ser enriquecida por algumas ferramentas de segurança valiosas.
1. VPN
Um bom VPN representa um canal essencial para a transmissão de dados entre colaboradores e as plataformas da empresa. Seu uso é ainda mais crítico em um contexto de trabalho remoto.
2. Firewall
O firewall é outra barreira insubstituível para qualquer empresa. Se o objetivo é ampliar o escopo da proteção para cobrir o home office, invista em uma solução profissional e paga.
3. Backup
Conte com um sistema de backup com atualização constante e armazenamento separado da rede principal da empresa. Ele é fundamental, seja numa recuperação de desastres, seja para casos pontuais e menores.
4. Criptografia
Além do VPN, alguns ambientes específicos podem se beneficiar do uso de criptografia. Se a empresa tem bancos de dados sensíveis, por exemplo, é importante que os arquivos sejam salvos de forma criptografada. Isso também se aplica ao backup.
A necessidade da conscientização das equipes para a segurança no trabalho remoto
Não há política de segurança da informação que seja eficiente apenas com ações por parte da TI. É fundamental que haja o engajamento dos colaboradores, já que são eles que operam na ponta da linha todos os dias. Afinal, um único clique em um e-mail de phishing pode levar a ameaça diretamente para o ambiente da empresa.
Portanto, invista em treinamentos, comunicação interna e eventos específicos para promover a conscientização das equipes. O objetivo é explicar não apenas quais são as ameaças, mas também como esses riscos afetam a empresa e os próprios colaboradores — sobretudo no home office.
Assim, você cria uma cultura de cooperação que é valiosa para qualquer empresa. Naturalmente, a tendência é que os riscos sejam menores e que todos trabalhem com mais tranquilidade dentro e fora do escritório.
Como você pôde ver, a segurança no trabalho remoto é um desafio, mas não precisa ser um pesadelo para a empresa. Adote boas práticas, invista em ferramentas de proteção e conscientize as equipes. Com isso, sua empresa obtém o máximo proveito do home office e melhora o nível da segurança da informação!
Quer aprimorar ainda mais a proteção aos dados? Então, confira nosso artigo sobre o assessment de segurança e entenda como funciona esse serviço!