Nas últimas décadas, tudo se tornou mais ágil: nossas compras invadiram o meio digital e o principal meio de comunicação se tornou composto por mensagens instantâneas, por exemplo. Embora isso traga benefícios inegáveis ao cotidiano, nas empresas, atingir essa demanda imediatista pode ser um desafio. E é para superá-lo que surgiu a metodologia ágil.
Você já deve ter se deparado com esse termo esporadicamente, talvez durante uma análise de negócio ou procurando uma maneira de otimizar seus prazos ou vendas. Em um primeiro momento, ele passa a impressão de que é simplesmente uma aceleração de processos, mas a metodologia ágil é muito mais do que isso.
A seguir, falaremos o que é esse movimento, como ele funciona e por que ele pode ser a solução certa para você. Preparado para saber mais sobre a metodologia ágil? Então, continue lendo o post!
O modelo clássico de desenvolvimento de software
Antes de explicarmos o que é a metodologia ágil, devemos compreender o cenário onde ela se desenvolveu — ou seja, consequentemente, os problemas que ela veio sanar. Durante a década de 90, quando a demanda por softwares ainda engatinhava no mercado, não havia a urgência cotidiana por resultados. Por isso, o desenvolvimento de software seguia um processo linear, que chamamos de “metodologia em cascata”.
Nesse modelo, cada processo se inicia quando o anterior termina. Suponha que você definiu uma linha de produção que segue a concepção, o desenho da arquitetura, a implementação, os testes e a manutenção. No método em cascata, os testes, por exemplo, só iniciam quando a implementação estiver totalmente concluída. Racionalmente, faz sentido, certo? Como se testar um produto que ainda não foi finalizado?
Por seguir uma lógica coerente para a época, essa metodologia durou até o início do século XXI. Foi aí que os problemas começaram a surgir: por se tratar de um modelo surgido na década de 70, ele começou a não dar conta das demandas mais urgentes por prazos. E foi dessa mudança de perfil que germinou a necessidade de uma metodologia de desenvolvimento de software mais ágil.
O Manifesto Ágil
Frente a modelos burocráticos de desenvolvimento de software — também chamados de “métodos pesados” —, começaram a surgir outras abordagens. Na época, eles eram chamados de “métodos leves” e incluíam o Scrum como seu principal exemplo. Falaremos mais sobre ele adiante.
Diante de uma fragmentação dos métodos leves, o então desenvolvedor de software Robert Martin decidiu criar um encontro para pessoas que os utilizavam. Embora muitos profissionais tivessem sido chamados, apenas 17 compareceram a um resort de ski em Utah. Desse encontro, surgiu o consenso sobre métodos leves que, hoje, chamamos de metodologia ágil. Esse é composto por 4 valores principais, sobre os quais falaremos a seguir.
Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas
O desenvolvimento de software é considerado um trabalho mecânico e individual; para esse estereótipo, os processos, fluxogramas e ferramentas seriam fundamentais para o seu sucesso, certo?
Segundo o manifesto ágil, errado. Se quisermos começar a agilizar os processos, é necessária uma maior interação entre os setores que os compõem. Apenas assim, conseguiremos vencer a rigidez imposta pela metodologia em cascata, sobre a qual falamos anteriormente; afinal, em última análise, o desenvolvimento de software é sempre uma atividade humana.
Software em funcionamento mais que documentação abrangente
O maior sinal de uma burocratização excessiva é o investimento maior de recursos em documentação do que no trabalho final. No desenvolvimento de software, não é diferente: caso seus projetos estejam acumulando pilhas de documentos, é melhor tomar cuidado.
A metodologia ágil prega que o objetivo central do projeto deve ser o software funcionando. Ponto. Isso transfere o foco do processo da empresa para o cliente — o que é, claro, o objetivo da empresa no geral.
Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos
É importante que o desenvolvimento de software não enxergue o cliente como um adversário ou um obstáculo a ser superado. Demandas, ajustes e manutenções podem ser termos substituídos por “colaboração”, de modo que cada ator participe igualmente na construção do software. Para isso, é preciso ficar claro que todos os envolvidos no processo trabalham em prol de um único objetivo.
Respostas às mudanças mais que observância de um plano
Por fim, o último valor do manifesto ágil diz respeito à maleabilidade do desenvolvimento de software. Em um mundo que “gira mais rápido”, as mudanças também chegam em um ritmo acelerado. Por isso, protocolos e planos excessivamente rígidos perdem espaço na área, devendo ser substituídos por uma mente mais aberta às mudanças.
A importância da metodologia ágil
Nos dias atuais, qualquer empresa que sobrevive à competição do mercado utiliza algum conceito da metodologia ágil: mesmo que não a incorpore por completo em seu modus operandi, em algum setor ou momento, ela necessitará da flexibilidade e da agilidade que o modelo proporciona.
Principalmente nas áreas em que as entregas são frequentes, não há melhor método para agilizá-las do que a metodologia ágil. Além disso, a experiência do cliente vem ganhando cada vez mais espaço — com o User Experience, por exemplo —, valorizando os princípios dessa metodologia.
Os tipos da metodologia
Embora a metodologia ágil conte com princípios e valores, ela não tem um passo a passo de implementação (e, inclusive, é contra essa abordagem). Sua principal sacada é propor uma mudança de filosofia na empresa, com um foco maior no cliente, na integração de processos e na agilidade. No entanto, o conceito pode parecer, em um primeiro momento, demasiadamente abstrato.
Por isso, existem alguns tipos e métodos objetivos que são utilizados para colocar a metodologia ágil fora do papel. Dentre eles, podemos citar o Scrum, que já existia no momento da criação do Manifesto Ágil: baseado em ciclos de realização de atividades com prazo definido, ele divide o projeto em “blocos”, com início, meio e fim. É uma das melhores maneiras de evitar a rigidez da metodologia em cascata.
Outros modelos conhecidos são o Kanban (classicamente utilizado com post-its em quadros padronizados) e o Canvas, que divide 9 valores de negócio. Todos eles surgiram inicialmente para serem utilizados fisicamente, mas, com a transformação digital, já podem ser trazidos para seu computador.
A metodologia ágil é considerada, por muitos, uma revolução dentro do desenvolvimento de software; no entanto, ela também pode extrapolar essa área e ser benéfica para diversos setores da empresa. Afinal, determinados princípios, como foco no cliente e rapidez na entrega, são vantagens comuns à instituição como um todo.
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